quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A LÍNGUA BATE SEMPRE NO DENTE QUE DOI

Num comentário a um blogg que me dispenso de nomear, um anónimo, covarde como todos eles são, fala a meu respeito. Eu, que não tenho por hábito dar troco a quem atira a pedra e esconde a mão (tudo o que faço assino com o nome todo, para não haver sequer confusões com familiares) resolvi ofender a regra e responder.
A pedrada é-me dirigida a propósito das minhas intervenções como deputado à freguesia das Taipas, mais exactamente a propósito do inquérito,ou lá o que é, que a junta resolveu mover.
Ora, se a iniciativa partiu da junta, que tem competência para dirigir o pessoal sob sua orientação, é da mais elementar razoabilidade supor que o inquérito, ou lá o que é, visa esse mesmo pessoal. Não podia eu nem ninguém com dois dedos de testa pensar que a junta, ou parte dela, se colocou sob suspeita ou considerou que havendo uns zunz-zuns o melhor para calar insinuações seria averiguar tudo e todos, do pessoal aos membros do executivo. Portanto, para mim era e é claro que a junta suspeita do pessoal ao seu serviço e não suspeita de si nem dos seus.
É para mim pacífico que só há suspeita porque há indícios, mesmo se vagos e ténues. Admitir que o junta se decidiu por inquirir por capricho ou por perseguição, pessoal e/ou política, não passa pela minha cabeça, porque, até prova em contrário tenho todos e cada um dos seus elementos por gente qualificada e respeitadora da ética.
Aqui chegado, concluo: se a junta mandou fazer um inquérito ao seu pessoal é porque desconfia e quem desconfia desconfia de alguma coisa. Logo, quem levanta a suspeição é o próprio inquérito e não quem dele fala e tirá-lo da sombra, como eu fiz sem nunca falar em nomes, mata o segredo e impede que a suspeição alastre a gente inocente e de mãos limpas.
É verdade que eu já disse que se não acuso ninguém também não ponho as mãos no lume por ninguém, sendo que neste rol incluo funcionárias e políticos. E mais disse e reafirmo que venham depressa os resultados para que este trunfo deixe de o ser e quem for frontalmente acusado se possa defender e contestar.
Eu sei que quando levei este assunto à reunião da assembleia de Junho se criou muita curiosidade, o que acho natural porque muitos ficaram surpreendidos. E alguns ficaram de boca aberta, mais preocupados com o facto de eu saber do que com o facto em si. É a uma versão da história do mensageiro e da mensagem: ataca-se o mensageiro e despreza-se a mensagem de que é portador. Posturas...
Em resumo, tendo eu perguntado se havia algum inquérito em curso, o tesoureiro confirmou a sua existência. A partir de então, morreu o segredo bem guardado.
E como soube eu, perguntam vocês e perguntaram os matadores do mensageiro. Simples, muito simples. Basta pensar, por exemplo, que as pessoas sob inquérito fazem consultas, colhem opinião, falam com amigos e familiares muitos dos quais não sabem guardar segredo, ou tão-só querem ajudar alguém em apuros.
Estava eu disposto a esperar pelos resultados do inquérito quando leio no "Reflexo" a famigerada entrevista do Constantino Veiga. E se antes não estava disposto a deixar que ninguém fosse queimado no lume brando da suspeita, mais motivado fiquei para que rapidamente se saiba a verdade, impedindo que o tempo e a gestão do inquérito manchem reputações. porque o Constantino é a primeira pessoa a publicamente colar os políticos ao processo, políticos deste mandato e do mandato anterior.
Quem me conhece, o que não é seguramente o caso dos encobertos que escrevem e falam com nomes falsos, sabe que quando tenho alguma coisa a dizer o digo aberta e francamente, cara a cara, de olhos nos olhos, correndo os inerentes riscos. É por isso que, como antes disse, eu assino com nome inteiro tudo o que escrevo, digo ou faço. Não gostei do que o Constantino disse e não o escondo nem me escondo para o dizer.
Na minha vida política já passei as passas do Algarve e nunca cedi a esta regra e não seria agora que iria deitar fora a reputação conquistada ou deixar que covardes a ofendam sem a devida resposta. Houve uma vereadora que pensou que me amordaçava ameaçando-me, mas saiu-lhe o tiro pela culatra. Eu disse alto e bom som e em público o que tinha para dizer, desmontei a sua ameaça e cá continuo, enquanto ela foi condenada em tribunal pelo caso que divulguei, depois de ser condenada politicamente.
Nas Taipas e em toda a parte bater-me-ei pela verdade, pela justiça, pela igualdade, pela solidariedade, ainda que isso desagrade a alguns, muitos ou poucos. Na vida e na política rejo-me por princípios e por isso estou de consciência tranquila, imune a modas, ameaças, insinuações e quejandos. Não estou à venda. Não corro por cargos, nem por tachos, nem pelas primeiras páginas dos jornais.
É por isso que incomodo. Tenham paciência.
Aos que escrevem ameaçando-me digo-lhes que perdem tempo.

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