quinta-feira, 30 de abril de 2009

UMA JUNTA AO DEUS DARÁ

Alguns leitores meus chamaram-me a atenção para a conclusão que extraí da desorganização administrativa e também política em que esteve mergulhada a Junta de Freguesia das Taipas.
Quando deixei aqui o meu pensamento sobre o assunto, eu estava convencido que fui claro, mas concluo agora que talvez não tenha sido suficientemente esclarecedor.
Sendo facto incontroverso que os serviços estavam mal organizados, e que daí resultaram consequências não totalmente apuradas e públicas à data em que escrevi, não é menos correcto dizer que a responsabilidade pela desorganização não é exclusiva das funcionárias e muito menos o será só da senhora que os comentadores apontam. Eu diria que há dois níveis de responsabilidade: um técnico e outro político.
E vou mais longe: a responsabilidade atinge o mandato anterior. Pelo menos!
E só não vou ainda mais ao fundo da questão porque quero dizê-lo de viva voz na próxima reunião da assembleia, para a qual convido os meus simpáticos leitores. É dia 30/4, pelas 21h30, na sede da junta. Então ouvirão com pormenores o que realmente tenho para dizer nesta matéria e todas as dúvidas manifestadas por eles se dissiparão.

terça-feira, 7 de abril de 2009

O LADRÃO E A OCASIÃO

Há dias tive breve troca de palavras com o tesoureiro da Junta de Freguesia de Caldelas a propósito dos requerimentos que apresentei.
Foi um encontro curto, prenúncio de outros mais demorados sobre as matérias requeridas.
Apesar de rápido deixou-me mais preocupado do que descansado. A desorganização da Junta não é nova e nem será caso único no concelho, mas isso, que para alguns passa por atenuante dos factos ali cometidos ao longo dos últimos dois mandatos (no mínimo), levanta fundadas suspeitas sobre o aproveitamento que pode ter sido feito por quem se apercebeu da falta de controle.
Ainda é cedo para tirar conclusões definitivas e sustentadas, mas estou agora mais seguro que a Junta andava ao deus dará.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

UMA QUESTÃO DE DENTES E DE NOZES

No Taipas XXI leio que vai haver investimento de envergadura nos antigos banhos velhos. Se houver só podem pecar por tardios.
Quando estive como deputado na Assembleia da República propus que o Governo, na altura PS/Guterres, incluísse no mapa do investimento público a recuperação do edifício e do espaço envolvente, e fi-lo porque eu e o PCP compreendemos a importância estratégica e emblemática dos banhos velhos para o desenvolvimento da Vila de Taipas e do concelho. Nem o facto de a proposta ter então sido chumbada pelos mesmos que agora me dizem que a vão viabilizar me impede de dizer que pena é que tenhamos perdido tanto tempo e não tenham aproveitado o tempo perdido para uma proposta mais abrangente e mais ambiciosa: incluir a reabilitação dos banhos velhos no contexto de um programa de recuperação do parque, do parque de campismo e das piscinas, preparando as bases para transformar Taipas num pólo de turismo da natureza.
Ainda pela leitura do mesmo blogue fico a saber que a cooperativa municipal Turitermas apresentou contas negativas do ano de 2008. Desconheço em absoluto as causas e por isso não sei se o problema fica resolvido com a entrada de novos administradores ou se seria conveniente arrumar a casa e poupar na despesa em vez de a aumentar.
Sei que a cooperativa tem condições e tem património que lhe permitem ser a alavanca do progresso da Vila, mas que não as tem sabido aproveitar convenientemente. Tomaram outras freguesias e até a sede do conelho ter o que Taipas tem mas desperdiça!

COERÊNCIA

A propósito da visita do Ministro da Economia às Empresas Pizarro tenho lido e tenho ouvido coisas extraordinárias sob vários pontos de vista.

Desde os que procuram colar a visita a personalidades locais que apesar do muito que fizeram noutros domínios nada têm a ver com o assunto, aos que choram baba e ranho porque a visita teve um relevo na comunicação social que outra partidária não teve, até aos que revelam dor de cotovelo pelo apoio recebido e, na óptica deles, não justificado.

Na sessão pública, sublinho pública, do evento eu, falando pela administração, historiei, resumida mas claramente, o percurso que conduziu as Empresas ao ponto a que infelizmente chegaram. Esse documento foi entregue à comunicação social presente, razão pela qual não há justificação para laguns escreverem o que escreveram e outros ignorarem os fundamentos preferindo seguir por caminhos ínvios, talvez mais apelativos sob o ponto de vista jornalístico, mas seguramente mais distantes da verdade factual.
Apresentei um acto de reflexão sobre os passos que demos nos últimos anos, o que correu bem e o que correu menos bem. Não me escondi atrás de nenhum subterfúgio para não abordar os investimentos estratégicos que resultaram mal. Pusemos a nu as nossas fraquezas e erros e relevamos os efeitos da crise actual no desempenho da Pizarro. Finalmente, agradeci a todos a compreensão e os sacrifícios que lhes causamos. Dirigindo-me directamente aos Trabalhadores, muitos deles presentes, enalteci a sua vontade para em conjunto defendermos os postos de trabalho e pedi desculpas pelos salários em atraso. Gostaria de saber qual a empresa que teve semelhante gesto de humildade e de transparência, qual a organização ou qual o ministério que assumiu a sua quota parte de responsabilidades em vez de se esconder atrás da crise dos outros ou da crise internacional.

Alguns querem ver nisto uma incoerência entre o que digo e o que faço, entre mim e o partido onde milito. Podem continuar a procurar, mas talvez fosse melhor e mais simples lerem bem o que o PCP vem dizendo há muito tempo sobre a defesa do emprego e da produção nacional.
Mas como do PCP só conhecem a caricatura que outros fabricam, é perda de tempo esperar que reconheçam que estão errados. Eu, pelo contrário, sinto-me realizado.


O PCP defende o emprego e defende a primazia da produção nacional sobre as importações. Foi o que se fez na Pizarro. Hoje, dia 3 de Abril, os salários de Março estão nas contas dos Trabalhadores. Por tudo, sinto-me tranquilo.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

DEFESA DO EMPREGO

Nos últimos tempos tenho tentado por em prática algumas ideias sobre como defender o emprego numa indústria a braços com problemas de vária ordem.

Obviamente, gostava que tal não tivesse acontecido. Mas tendo acontecido, virar as costas e recusar intervir, fosse a qu título fosse, seria aceitar ser cúmplice de mais uma onda de despedimentos.

Ao aceitar o desafio sabia que corria riscos de incompreensão. Desde logo, vindos das vítimas em potência, mesmo depois de lhes tentar fazer perceber a gravidade do momento. Depois, vindos de políticos de quem divirjo, ansiosos por descobrir no que fiz a contradição com o que penso e defendo.

Aos primeiros respondi chamando-os à razão: os trabalhadores são parte da solução e devem saber distinguir os casos duvidosos dos casos em que devido à conjugação negativa de circunstâncias se chegou a uma situação perigosa. Foi isso que lhes disse ilustrando com dados reais. No entanto compreendo aqueles que não confiaram no que eu disse. Porque no que eu disse viram mais o responsável da empresa do que o camarada, o amigo, o companheiro de trabalho.

Aos segundos respondo que ser comunista não é fechar os olhos à realidade, bem pelo contrário e que estar do lado dos trabalhadores não é incompatível com a busca de soluções para os problemas da empresa onde eles vendem a força de trabalho e de onde colhem o salário da sua subsistência.

Hoje nota-se na empresa um clima de esperança. Tudo farei para não desiludir quem confiou em mim. E foi uma larga maioria.