terça-feira, 21 de julho de 2009

DOMINGOS RIBEIRO

Conheci o Domingos Ribeiro antes do 25 de Abril de 74, no acaso da resistência ao fascismo, algures nas reuniões da então Oposição Democrática do Distrito de Braga.

Era um homem dado a discussões, às vezes truculentas, sobretudo quando o interlocutor rebatia as suas declarações. Mas era um homem leal.

Mais tarde fui-me cruzando com ele nas reuniões públicas da Câmara, onde ele marcava sempre presença acompanhando os seus correligionários e os adversários, atento aos problemas da terra que amava sinceramente.

Depois tive-o a meu lado na Vereação, na Câmara presidida por António Xavier/PSD e confirmei o mesmo voluntarismo, a mesma paixão por Guimarães e uma dedicação sem limites à causa da cidade. Superava em esforço as menores habilitações académicas ou profissionais e nunca se inibiu de intervir, para gáudio de alguns dos que lhe apontavam as palavras deformadas que usava, ou as figuras de estilo a que recorria Tudo nele era natural e sem complexos.

Perdida a Câmara para o PS, o Domingos Rabiços, como carinhosamente era conhecido, rumou a Esposende, servindo o seu partido. Fomos-nos vendo espaçadamente.

Quando nos encontrávamos não trocávamos palavras de circunstância: entre nós germinou uma amizade sólida e sincera, assente no respeito mútuo e no amor comum à nossa terra.

O Sr. Domingos Rabiços deixou-nos. Até logo, Sr. Domingos.