terça-feira, 12 de agosto de 2008

INQUÉRITO OU AUDITORIA?

Em entrevista ao Reflexo o Presidente da Junta das Taipas, Constantino Veiga, discorre, e muito, sobre práticas e procedimentos do início do seu mandato e também do mandato anterior, práticas que considera incorrectas.
Creio eu ser esta a primeira vez que alguém da actual Junta envolve o anterior Executivo num processo que se tornou do domínio público graças ao esclarecimento prestado em sessão da assembleia de freguesia.
Convidado a clarificar o caso, o arquitecto Constantino espraia-se em considerações e explicações incoerentes, pormenor que quanto a mim revela a sua conhecida e reconhecida falta de capacidade política.
Diz ele que no mandato passado e no início deste aconteceram procedimentos inadmissíveis no tratamento de assuntos e não só, procurando fugir à pergunta do jornalista sobre o alegado uso indevido de dinheiro dos contribuintes. Para o Constantino houve práticas erradas e pouco mais do que isso, coisa que se quer agora corrigir em nome, pasme-se, da avaliação das funcionárias.
Se a questão era processual, então em vez de encomendar aos advogados que apurem os factos e a verdade, como ele confessa ter sido decidido, a Junta devia ter chamado uma empresa de auditoria especializada que a ajudasse a rever o procedimento usual, as práticas implementadas, trocando-as por outras novas e mais conformes à gestão actual. Isto, claro, se a Junta se sentisse incapaz de resolver o problema pelos seus próprios meios. No domínio do simbólico, ao chamar o advogado a Junta disse o que pensa sobre o caso. O Constantino pode agora dizer o que mais lhe convier, mas as suas palavras não anulam nem desmentem a decisão tomada.

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