quarta-feira, 1 de abril de 2009

DEFESA DO EMPREGO

Nos últimos tempos tenho tentado por em prática algumas ideias sobre como defender o emprego numa indústria a braços com problemas de vária ordem.

Obviamente, gostava que tal não tivesse acontecido. Mas tendo acontecido, virar as costas e recusar intervir, fosse a qu título fosse, seria aceitar ser cúmplice de mais uma onda de despedimentos.

Ao aceitar o desafio sabia que corria riscos de incompreensão. Desde logo, vindos das vítimas em potência, mesmo depois de lhes tentar fazer perceber a gravidade do momento. Depois, vindos de políticos de quem divirjo, ansiosos por descobrir no que fiz a contradição com o que penso e defendo.

Aos primeiros respondi chamando-os à razão: os trabalhadores são parte da solução e devem saber distinguir os casos duvidosos dos casos em que devido à conjugação negativa de circunstâncias se chegou a uma situação perigosa. Foi isso que lhes disse ilustrando com dados reais. No entanto compreendo aqueles que não confiaram no que eu disse. Porque no que eu disse viram mais o responsável da empresa do que o camarada, o amigo, o companheiro de trabalho.

Aos segundos respondo que ser comunista não é fechar os olhos à realidade, bem pelo contrário e que estar do lado dos trabalhadores não é incompatível com a busca de soluções para os problemas da empresa onde eles vendem a força de trabalho e de onde colhem o salário da sua subsistência.

Hoje nota-se na empresa um clima de esperança. Tudo farei para não desiludir quem confiou em mim. E foi uma larga maioria.

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