quarta-feira, 27 de maio de 2009

EMPATADOS

Como era preciso conter os estragos do caso freeport, os mágicos de serviço mandaram sair da lâmpada o caso bpn. Estragos com estragos se pagam e o que aos magos de ambos interessa acima de tudo é entreter o pagode para ele não perceber os truques de ilusionismo e cair na esparrela eleitoral. Até um dia.

terça-feira, 26 de maio de 2009

NUCLEAR

Na Coreia do Norte brinca-se com o nuclear. E se fossem brincar com a coisinha deles, não seria mais gostoso e menos perigoso?

segunda-feira, 25 de maio de 2009

REQUERIMENTO

De Rui Hermenegildo, retirei esta preciosidade que lembra o saudoso O'Neil. Concorde-se ou não com o requerimento, merece destaque:


Requerimento a Fernanda


Ó Fernanda, dado
que já estou cansado
do ar teatral
a que ele equivale
em todo o horário
de cada canal,
no noticiário,
no telejornal,
ligando-se ao povo,
do qual ele se afasta,
gastando de novo
a fala já gasta
e a pôr agastado
quem muito se agasta
por ser enganado.
Ó Fernanda, dado
que é tempo de basta,
que já estou cansado
do excesso de carga,
do excesso de banda,
da banda que é larga,
da gente que é branda,
da frase que é ópio,
do estilo que é próprio
para a propaganda,
da falta de estudo,
do tudo que é zero,
dos logros a esmo
e do exagero
que o nega a si mesmo,
do acto que é baço,
do sério que é escasso,
mantendo a mentira,
mantendo a vaidade,
negando a verdade,
que sempre enjoou,
nas pedras que atira,
mas sem que refira
o caos que criou.
Ó Fernanda, dado
que já estou cansado,
que falta paciência,
por ter suportado
em exagerado
o que é aparência.
Ó Fernanda, dado
que já estou cansado,
ao fim e ao cabo,
das farsas que ele faz,
a querer que o diabo
me leve o que ele traz,
ele que é um amigo
de Sao Satanás,
entenda o que eu digo:
Eu já estou cansado!
Sem aviso prévio,
ó Fernanda, prive-o
de ser contestado!
Retire-o do Estado!
Torne-o bem privado!
Ó Fernanda, leve-o!
Traga-nos alívio!
Tenha-o só num pátio
para o seu convívio!
Ó Fernanda, trate-o!
Ó Fernanda, amanse-o!
Ó Fernanda, ate-o!
Ó Fernanda, canse-o!

AZIA E MAU PERDER

Vou lendo e ouvindo os que durante meses, anos mesmo, deram por adquirido que o PS ganharia as eleições, todas as eleições deste ano, com uma perna às costas. A única concessão que admitiam era a grandeza da maioria, se relativa, se absoluta.
O PS criou as condições necessárias para concretizar esse objectivo eleitoral. Tinha uma maioria sólida na Assembleia da República, atenta e vigilante às ousadias deste ou daquele deputado mais rebelde, como ficou claro no acompanhamento do caso Alegre. Tinha o acordo do grande capital, como as recentes declarações do tio Belmiro evidenciaram. E na Presidência da República tinha um aliado, alguém que partilha dos mesmos ou idênticos valores e projectos capitalistas.
Subavaliou o PCP que não se deixou envolver, que recusou alinhar nos temas fracturantes que outros agarram e protagonizam, concentrando as suas energias, capacidades e experiências de vida nas lutas, primeiro pequenas, depois maiores, com que ofereceu resistência à fúria de restauração de privilégios de classe e às teses da inevitabilidade, que até na assembleia municipal de Guimarães foram defendidas como coisa boa.
Agora, quando a realidade tende a desmentir as teorias, as estratégias, os cenários construídos pelos laboratórios políticos e difundidos acriticamente pelos "jornalistas e comentadores amigos" repartidos "por acaso" pelos jornais, rádios e tvs, estala o verniz e começam a falar no pós-eleições, acusando o PCP, antecipadamente e sem o mais leve indício, de estar a abrir a porta ao PSD e à direita.
A contragosto confessam várias coisas: que o morto não está morto, está vivo, recomenda-se e é de facto a única força política com propostas e estratégias opostas às de direita; e que a aposta no BE não é suficiente para neutralizar a forte identificação do PCP com o povo que trabalha ou trabalhou.
Confessam que a promoção do BE não dá os resultados esperados, mas não confessam o que mais lhes custa: que este PCP está vivo e enraizado na sociedade não domesticada, nas classes que sofrem os desmandos e desvarios do capitalismo na sua versão neoliberal ou da terceira via do socialista Tony Blair.
O PCP luta e resiste para que as políticas de direita não passem nem vinguem. Sejam elas lideradas pelo PS, pelo PSD ou por ambos. Aos que se apressam a responsabilizar o PCP por eventual vitória do PSD, é justo perguntar o que têm feito, dito ou escrito contra as políticas de direita praticadas pelo PS, que em boa verdade justificam sempre, indiferentes ao sofrimento e aos protestos das vítimas. São esses em primeira linha os responsáveis por a pequena e média burguesia fugir do PS e se refugiar no PSD, cujas reais diferenças não valorizam. Quando o consumidor não distingue facilmente dois produtos similares, compra indiferentemente ora um ora outro.
Nós trabalhamos para que chegue o dia em que os insubmissos, os que não se conformam, saibam distinguir o trigo do joio e o PCP seja reconhecido eleitoralmente como merece. Por mim, não é igual um governo socialista ou um governo social-democrata. Mas também me é indiferente se a política de direita é protagonizado por um ou por outro. Estarei na trincheira de luta por uma política de esquerda. Antes das eleições e depois das eleições.

OS COMÍCIOS ESTÃO VERDES

Reflectindo sobre a marcha dos 85 mil que a comunicação social dita de referência e os opinion makers encartados fingem não ver ou desvalorizam no seu profundo significado político e sociológico, dou por a mim a pensar no que disse Dona Manuel Ferreira Leite sobre comícios e concluo que não são os comícios que estão fora de moda, é o PSD que não é capaz de os organizar.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

CONTRADIÇÕES

Há dias, acompanhando Jerónimo de Sousa na itinerância por algumas vilas do concelho, fui abordado por um cidadão sobre a proposta que o secretário-geral do PCP fez de aumento dos salários como uma das soluções para a crise actual.
Esse cidadão argumentava que estando a generalidade das empresas mal financeiramente, principalmente as micro, pequenas e médias, reivindicar aumentos salariais seria enterrá-las mais, criando mais desemprego, o que, assim visto, contradiria a preocupação com este flagelo e agravaria o problema em vez de o resolver, como era dito.
A questão é pertinente.
Para as empresas, o salário é um custo. Logo, o aumento deste custo é analisado como outros aumentos, isto é como algo a evitar.
Mas o salário também é factor impulsionador da procura. Logo, o aumento dos salários aumenta o poder de compra e estimula as vendas, isto é uma vantagem económica e social a não desperdiçar.
Ou seja, existe uma contradição. Contradição que se resolve politicamente, fora do quadro das empresas.
A proposta do PCP é política, realista e realizável.

O MENTIROSO E O COXO

No rescaldo dos tristes e reprováveis acontecimentos do 1º de Maio da CGTP em Lisboa, o PS e o seu cabeça de lista às europeias, foram lampeiros em acusar o PCP, agarrando-se a um insulto como prova cabal e indiscutível da acusação. Como se só os militantes do PCP tivessem razões para assim chamar ao professor doutor Vital Moreira. Como se, havendo entre os insultadores militantes comunistas, isso fosse o bastante para envolver o PCP enquanto partido.
Vários comentadores "independentes" prestaram-se ao papel de ampliar a calúnia, insistindo na operação de aproveitamento político por parte do PS.
Pois bem, agora, a propósito do processo de averiguações de que foi alvo um magistrado que envolve o caso Freeport, onde se detectaram fortes indícios que justificam o processo disciplinar, o mesmíssimo PS já não vê motivos para se pronunciar, reservando-se o direito de o fazer em data posterior. E quanto a mim esta posição é a correcta, a que foi incorrecta foi a posição adoptada no 1º de Maio. Mas o oportunismo político falou mais alto e o PS e outros quiseram "malhar" no PCP, mandando à fava a coerência, os princípios e os valores da esquerda.
Quanto aos tais comentadores "independentes" o seu silêncio é esclarecedor.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

MAIS 38%

Dizem os indicadores que o número de desempregados inscritos nos centros de emprego que não recebem subsídio aumentou.
A nossa região é das que mais desemprego regista, deixando perceber os terríveis dramas vividos por famílias total ou parcialmente afectadas e a quem além de faltar o dinheiro faltará em muitos casos, senão em todos, outro tipo de apoios.
As coisas estão tão negras e evidentes que até o primeiro-ministro se sentiu na necessidade de declarar que o desemprego lhe afecta o sono. Talvez a insónia o diminua na capacidade de perceber a importância das propostas do PCP para minorar efectivamente o sofrimento dos desempregados sem subsídio.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

GUIMARÃES, CEC 2012

É uma muito boa notícia. Porque reconhece o esforço que há anos vem sendo feito na reabiltação urbana e na cultura em sentido lato.
Mas boa notícia também e sobretudo porque abre as portas a um salto qualitativo acelerado nas condições de vida e de bem-estar, se formos capazes de não desperdiçar a oportunidade em projectos supérfluos, efémeros.

terça-feira, 12 de maio de 2009

ABSOLVIDOS

O tribunal de Guimarães absolveu os sindicalistas acusados pelo Governo PS, mais exactamente pelo seu representante no distrito, de manifestação ilegal.

O PCP aínda não pediu desculpas.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

PRIMEIRO DE MAIO DE 2009

Os desacatos, empurrões, insultos e agressões físicas que aconteceram nas comemorações do primeiro de Maio da CGTP, são condenáveis no meu ponto de vista.
Os aproveitamentos políticos que deles se fizeram a "quente" e continuam a ser feitos a "frio" são vergonhosos e não há quem os condene? Já chegamos ao antigamente em que tudo o que mexia era obra do PCP? O desespero leva a reeditar o assalto à Rádio Renascença, à ocupação da Embaixada de Espanha e à tomada do jornal República, endossando as culpas ao PCP?
Eu, se fosse da Direcção do PCP, não insistia na exigência do pedido de desculpas. É tarde demais e o mal está espalhado.