terça-feira, 9 de junho de 2009

A QUESTÃO DO LUGAR

Desde a noite das eleições que me chamam a atenção para o facto de a CDU ter descido um lugar na tabela eleitoral, passando de terceira para quarta força a nível nacional. É facto desagradável mas não preocupante e sobretudo sem relevância para a análise sociológica dos resultados.
Desagradável, porque anima mais estar nos lugares de cima do que nos lugares debaixo. Não preocupante, porque consciente de que os partidos ou coligações que concorrem com o PCP ou a CDU são de natureza e identidade bem diferentes da nossa, são partidos que existem e funcionam em função das eleições e para as eleições, são, passe o exemplo, sprinters enquanto nós somos corredores de maratona e quem corre a maratona sabe que mais importante do que uma boa corrida inicial é aguentar e chegar aos últimos metros com forças para disputar a meta.
Para a análise sociológica do voto, o que interessa é mais o peso relativo das grandes famílias e menos a posição dos componentes dessas famílias no seu interior. Recorrendo à divisão clássica esquerda/direita, o que interessa é saber quem se sobrepõe e não tanto como se sobrepõe.
Olhando para os resultados de domingo passado, vemos que a esquerda continua a ser maioritária no plano sociológico, o que significa não ter havido fuga de eleitores de um campo para o outro, quando se comparam as europeias de 2004 com as de 2009.
Se soubermos ser pacientes e perseverantes, temos um vasto campo eleitoral a conquistar. Eleitor a eleitor.

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