quarta-feira, 24 de março de 2010

MEMORIA CURTA

Em 2009, quando a crise financeira internacional não podia mais ser ignorada por tão evidente, a União Europeia estimulou os países, designadamente os da zona euro, a injectarem rios de dinheiro público na economia, mormente no sector financeiro, como panaceia para evitar males maiores.

Em 2009, quando até o ministro Teixeira dos Santos já via o que muitos outros tinham visto muito antes, o governo português, como os outros da UE, foi incentivado a ajudar a economia, tendo-lhe sido dito que a questão do défice orçamental era assunto menor, questão com que não devia preocupar-se.

Em 2010, a mesma UE retoma o papel de polícia severo e,ignorando o que tinha dito anteriormente, ameaça agir contra os infractores, obrigando a esforços desumanos. E se a conduta de Bruxelas é no mínimo reprovável, não é menos reprovável a daqueles portugueses que cá, lá e pelo caminho, calam e consentem o desaforo.

O que acontec e com Portugal acontece com outros estados membros, o que constitui uma base para uma posição conjunta contra a imposição de retorno acelarado à condição do défice abaixo dos 3%. Porque se cala o governo? Porque não confronta Bruxelas com as suas palavras de 2009? A defesa do interesse nacional, na actual conjuntura económica, justificava uma atitude de afirmação e não de capitulação.

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